Maria Teresa, 4 anos e muitos aprendizados

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Minha princesa!

Um ano muito doido se passou. O Pablo nasceu, nós fomos para San Diego, montamos uma casa, passeamos bastante, conhecemos pessoas e lugares novos, falamos inglês. Nossa casa em Brasília passou por reforma, e um furto-rombo. Desmontamos a casa, voltamos para Brasília, voltei a trabalhar (três dias depois), o Dani com mil tarefas do doutorado para cumprir, se torna professor substituto da UnB. Eu com mil coberturas (Copa e Eleições entre elas, é, ainda não acabou, escrevo post de madrugada, com baixa frequência) e mil planejamentos. E no meio de tudo isso, uma criança.

Uma criança feliz, tranquila, sorridente, sociável. Uma criança ansiosa, com dificuldades de dividir, perfeccionista. Se vê num mundo totalmente novo: língua, casa, escola, igreja, cidade, estado, país, irmão, pais que não podem dar tanta atenção. Tudo novo. E sem nenhum amigo. Que seria difícil adaptar lá todo mundo sabia. E ela se adaptou. Tanto que não queria voltar. Tanto que fala desde que voltamos em ir morar em San Diego. Eu digo que eu e o pai dela não temos planos. Ela diz que vai sozinha.

– Só quando você tiver 18 anos, filha.

E ela acha que isso é ano que vem.

– Quando eu tiver 18 anos, eu não vou mais usar fralda. Quando eu tiver 18 anos, eu vou saber ler. #SabeDeNadaInocente!

Agora, a contar pela saudade que ela tinha dos amigos, da família, da babá, da escola, da igreja, a gente imaginou que a volta seria mais fácil. Não foi. Voltar foi difícil pacas pra Tetê. Foi tão difícil quanto ir, eu acho. A adaptação na volta demorou tanto quanto na ida: 3 meses. Foram três meses chorando na mesma escola da qual ela morria de saudades, com as amigas das quais ela falava todo-santo-dia. Essa eu não esperava. “Mamãe precisa trabalhar”, “mamãe gosta de trabalhar”, “eu é que queria ter um lugar assim legal pros adultos, mas só criança pode ficar na escola”. Ao que ela me responde:

– Mamãe, o seu trabalho não tem parquinho? Vou pedir pro Papai do Céu te dar um trabalho com parquinho!

E no outro dia, o mesmo para um trabalho com piscina. Nesse calor de meu Deus, seria uma ótima. Mas acho que ainda não inventaram um computador que pode molhar. Soube esses dias que celular já tem.

Por um milagre, o Pablo ficou bem tranquilo na adaptação na escola. Aí eu ia dar mamá pra ele todo dia e não era pra avisar a Tetê. Aí ela chorou tanto que resolveram ligar na minha casa. Aí meu marido disse que eu tava dentro da escola. Aí ela foi me ver e, em três dias, acabou o segredo. Hahahaha. Aí eu ia amamentar e ficar com os dois filhos. Ainda vou, há seis meses, quase sempre (flexibilizei pela primeira vez pra ver o jogo da Copa). Uma delícia no meio do meu dia.

A Maria Teresa chorava de manhã e de tarde. Era tenso e estressante. Graças a Deus, o Pablo não deu nenhum trabalho pra adaptar. Aí eu ia embora e a Tetê parava de chorar. Mas na apresentação de Dia das Mães ela não quis cantar (nem o sooool, nem o maaaaar, nem o briiilho, das estreeeeelas). Ficou chorando no meu colo. Nem na festa junina.Ela sentia saudade de mim, queria ficar comigo, não queria por o uniforme. Como é que a gente explica que San Diego foi só um sabático-cansativo nas nossas vidas, que a realidade era diferente?

E a gente trabalhando o slogan da escola, “lugar de gente feliz”, no coração dela. Até que um dia o Pablo chorou. E ela já ia chorando também.

– Ah não, Tetê, o Pablo já chorou hoje, você não vai chorar também, né?! É muito pro coração de uma mãe!

Aparentemente, meu apelo funcionou. Aos poucos, nos primeiros dias de julho, ela resolveu ficar feliz na escola. Graças a Deus. E consequentemente, a felicidade foi contagiando toda a vida da Tetê. Ela voltou a ser a Teresa de antes, sociável, cheia de amigos, cheia de histórias, feliz. Ufa. Até anima as aulas de inglês na escola… (sim, continuamos praticando o inglês!)

Tetê passou a brincar mais com o Pablo, e como eles se divertem junto! Ele admira absolutamente tudo na irmã! Acorda chamando a irmã, ajuda a passar creme na Teresa, adora brincar com tudo dela, roupas, acessórios, sapatos, brinquedos… (de um jeito um pouco diferente, digamos… as bonecas são atiradas contra objetos com força… cada vez que pega uma tiara, quase quebra… haja talento pra ensinar o bichinho a ficar menos bruto… e pra fazer a Tetê compartilhar… rsrs). Adora Peppa Pig, como ela! Aprendeu a cantar “peeeeta ig!”

Tetê ficou mais generosa. Empresta as coisas, compartilha até comida — ainda que um pouco a contragosto às vezes. A última moda por aqui é eles compartilharem iogurte.

Aí a gente fez uma festa conjunta pra eles, em São Paulo, né? A Teresa queria uma festa de Branca de Neve. Queria que o Pablo fosse príncipe.

– Tetê, tem que ser tema de menina e menino — disse eu. Ainda mais que era o um ano do bebê.

– Ah! Já sei! Faz de Carros, mamãe!

E era verdade, ela estava convicta.Aliás, depois da festa em São Paulo, começou o cumprimento das promessas para os quatro anos. Largou a fralda e a mamadeira, assim, um dia depois da festa. E começou a comer legumes, também. E usar uniforme sem outra roupa por baixo (hahaha! tudo era conjunto por aqui, e com apelido: roupa preta Monster Hig com boneca e tiara do mesmo tema; o laranja era da Mônica; tinha o da Monster High, o da Maria Bonita, o da Flor, o da Tetê roxinho, escrito Tetê). Tudo o que ela prometeu, ela cumpriu. Muito linda e responsável. E com isso, também ganhou o combinado: um patinete e o direito de dormir na casa da tia so-zi-nha.

E na escola, a festa foi festa de Branca de Neve, como desejado. Com a irmã Carol, que aniversaria no mesmo mês. Por falar em neve, Tetê voltou de San Diego com um sonho de conhecer a neve. Ela fala nisso to-da-se-ma-na. Acreditam?!

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Turma da pesada!

Esta semana, tive uma prova muito concreta de que ela está grande. Eu tinha reservado uma folga no meu trabalho, pra tirar se desse no dia do aniversário da Tetê (eu disse se desse, porque é véspera de eleições, né? Me contentaria com sair uma horinha mais cedo que fosse…).

– Tetê, a mamãe pode te buscar mais cedo na escola, se você quiser. Aí a gente vai passear só nós duas.

Ela me olha contrariada:

– Ah não, mãe! Eu quero passar o meu aniversário com minhas amigas!

– Você não quer sair nem um pouco mais cedo? Nesse dia a gente pode! Se você quiser, podemos ficar eu, você e o Pablo.

– Não, mãe. Não. Se você quiser, chama o Pablo pra ir com você. Mas eu não quero. Quero ficar com minhas amigas.

Hahahahaha. Aguentam essa?!

E agora:

– Mamãe, meus amigos do integal ainda não comemoraram meu aniversário. Leva pelo menos uma pipoquinha pra eles?!
Hahaha

#vaitrabalharmamãe.

Me senti preterida? Não, de jeito nenhum. Fiquei foi cheia de orgulho. Orgulho de ter uma filha que cresceu tanto em um ano. Que perdeu seus últimos traços de bebê (quer dizer, penúltimos… ela ainda aceita um colinho…). Que cuida de si e quer ganhar o mundo. Igual uma pessoa que eu conheço, ou melhor, duas. Eu e o Dani. Hahaha.

Tenho muito orgulho de você, Tetê. Tenho aprendido de um amor indescritível que é a maternidade, desde que você nasceu. Tenho orgulho da sua força e da sua capacidade de superação. Desde que você nasceu. Aliás, me sinto muito privilegiada de, entre 7 bilhões de pessoas que existem, eu ter o privilégio de formar família com três pessoas tão fantásticas. Muito amor e alegria para você, minha filha. Te amo mais do que qualquer palavra pode descrever.

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Pablo, um ano: cadê o bebê?

Pablinho está completando um ano. E mais seis meses se passaram até que eu conseguisse contar mais novidades do bebê. Quer dizer, praticamente uma criança, né?

11 meses: escalando o brinquedo de latas do CCBB Brasília

11 meses: escalando o brinquedo de latas do CCBB Brasília

Com seis meses, começou a comer as quatro refeições por dia. E declarou que não é mais um bebê. Rejeitou a papinha, quis comida inteira, em pedaços grandes, comer com a mão dele. É o famoso Baby Led Weaning (BLW), que eu acabei conhecendo na prática. O bebê come o quanto quer, com sua mão. E não, ele não engasga comendo desse jeito. Assim que ele fez seis meses, atacou (sim, eu disse atacou) a comida da Teresa e rejeitou amplamente os amassadinhos que estavam no prato dele.

Com os mesmos seis meses, disparou a engatinhar pela casa — ainda devagarinho, mas constantemente. Os seis meses do Pablo foram aqueles do desmonte da casa de San Diego, e o Pablo foi, de certa forma, um grande parceiro. Quer dizer, como ele estava muito — muito! — apegado a mim, e eu estava desmontando a casa, ele ficava sempre junto. Um pouco longe da poeira, quero dizer. E eu sempre o encontrava em um lugar diferente do que deixei.

6 meses: baby led weaning

6 meses: baby led weaning

Ainda com seis meses, ele falou. Com convicção. Falou “vovo” — assim, sem acento, porque falou pros vovôs e pras vovós. Foi praticamente um mês cercado de avós, somando os últimos dias de San Diego (com meus pais) e os primeiros de Brasília (com minha mãe e depois meus sogros).

E se apaixonou pela brincadeira do Cadê e Achou. Ou Peekaboo, em inglês. Sim, ele brinca nas duas línguas. E agora, com quase um ano, fala: “Tê? Boo!”. Pergunta em português (Cadê?), responde em inglês (Peekaboo), realmente ele pegou a palavra mais marcante de cada língua na brincadeira.

Aí veio a viagem de volta, que eu já contei, né? Foi no dia em que o Pablinho completou sete meses. E depois veio o desmonte das malas.

7 meses: visita a São Paulo e a primeira brincadeira com o primo Timoteo

7 meses: visita a São Paulo e a primeira brincadeira com o primo Timoteo

E em seguida, a escola. Três dias depois que a gente chegou. Isso. É. Eu disse que era uma loucura. Risos. Mas eu queria participar da adaptação dele na escola, pra dizer que eu achava isso uma coisa boa, pra conversar com as professoras. Segundo filho é bem mais fácil de adaptar na escola do que o primeiro.

9 meses: em pé, na festa junina da escola

9 meses: em pé, na festa junina da escola

Inclusive, foi mais fácil adaptar o bebê na escola do que a criança. A Tetê chorou três meses (assunto para o próximo post!). O Pablo só chorou quando a Tetê deu uma trégua. Graças a Deus. Isso significa que… ele teve pouca oportunidade. E pra complementar, tinha ela: a Simone, uma cuidadora que é a verdadeira paixão do Pablo. Isso, assim a mãe já vai desapegando e quando se tornar uma sogra, tudo fica mais fácil. Para vocês verem que eu não estou exagerando, ele sai do meu colo pro dela. E poucas vezes se arrepende. E eu o amo mesmo assim (ou até por isso!).

Na escolinha, o bebê que já era muito desenvolvido disparou. Engatinhou bem rápido. Sentado, apoiado em uma mão só. Lindíssimo. Espertíssimo. Fazia corridas com os amigos em torno da sala do berçário. Percorre o nosso apartamento inteiro com uma rapidez de se ver. Brinca com a irmã de dar gosto no coração de uma mãe e um pai (ainda que a irmã nem sempre corresponda. Risos).

Com oito meses, acelerou o engatinhar. E passou a cantar mais, interagir mais. Um dia, o vejo o Pablinho apontando um dedo pra outra mão. “Meu pintinho amareliiiinho”, canto. Ele morreu de rir! Como quem diz: “minha mãe conhece! Que orgulho”. E isso se repetiu muitas e muitas vezes. Assim como o parabéns. Quando eu falo parabéns por qualquer motivo, ele bate palmas, como se fosse pra cantar. Fofura. E agora, na véspera do aniversário, é todo dia!

Falar mesmo, ele fala pouco. Afinal, a Tetê sempre traduz o que ele quer. Mas ele fala Tetê. Bem cochichadinho, cheio de charme. E fala PAPAI, com a boca bem cheia, bem marcado. Fala “Pabo”, sempre. Mamãe, veja bem, ele fala. Na hora da manha. Aos poucos, foi falando mais. “Aba” (água), neném (e baby, às vezes. Não é fácil ser bilíngue).  E, recente, BO (de bola). Ele é louco por bola. Não sei se é instintivo ou se ele aprendeu com os amigos da escola. Porque aqui em casa, não somos muito viciados. Apesar de que teve a Copa do Mundo, né? Ele adooooora uma bola! Corre atrás, e agora chuta. Mas peraí que ele ainda nem ficou em pé.

9 meses: Copa do Mundo e o torcedorzinho mais animado!

9 meses: Copa do Mundo e o torcedorzinho mais animado!

Pois foi com nove meses que o Pablinho ficou em pé. E não queria mais sentar, nem engatinhar, nem nenhuma das conquistas anteriores. Foi um mês de muita agonia — que se somou à agonia de dois dentinhos lindinhos que nasceram, embaixo, no meio. Com nove meses, veio a Copa do Mundo e muito trabalho pra mamãe. E alguns prazeres também. Como assistir França x Nigéria no estádio Mané Garrincha. Ou seja, #tônacopa . Também foi por isso que eu demorei tanto pra escrever, viu, gente? Tava escrevendo — e trabalhando, de modo geral — demais lá na EBC. Mas valeu. O Pablo adorou a copa. Assistia, torcia, pulava. Sim, eu disse pulava. Sentado mesmo. E descobriu o pula pula. Mas também pulava no chão, mesmo. E torcia muito, pra valer (uh- uh- uh!).

Aí vieram os dez meses e o Pablinho andou. Quer dizer, soltou da nossa mão. E ganhou o mundo. Foi ficando mais danado, sabe? Tudo o que eu imaginei que minha casa já era adaptada para bebês, tudo que eu achei que a Tetê já tinha sido uma criança danada, o Pablo piorou um pouco. A caixa de CDs protegidos foi chacoalhada, e quase que eles quebram. Os tupperwares da cozinha e outros utensílios vivem indo pro chão. E a grade de segurança pra deixar o bebê fora da cozinha? O Pablo ARRANCOU, minha gente! Quem aguenta? Aí ele pega a escova de dente e usa pra mexer a água da privada. E invade os banhos da irmã. E desenrola o papel higiênico. E quer mexer no lixo. Benza Deus, ai meu Deus! Ele caiu da minha cama pela segunda vez, pra me matar de susto — a primeira tinha sido com sete meses. Ele não para quieto!

11 meses: elegante, no casamento do tio Max e tia Ana

11 meses: elegante, no casamento do tio Max e tia Ana

E com os onze meses, ele disparou a correr, picar papel, decidir o caminho por onde eu devo andar (já que às vezes ele não quer soltar minha mão). E escalar cadeiras. Sim. Ele sobe na cadeira como se fosse escada (ele também sobe escada) e depois senta, como se ele não estivesse com o pé onde deveria estar o bumbum. Ah, e ele também adora fazer carinho. Até em objetos. Ele encosta a cabeça assim devagar. Mas às vezes não é tão devagar assim, e a cabeça dele vive cheia de galos. Pelo menos três de cada vez. Quando um some, eu já sei que vem outro tombo. Ele faz carinho na gente, mas parece mesmo é uma porrada. A gente está tentando ensinar, mas o combate é BRUTO!

Nesse período, o Pablo também ficou menos bonzinho. Pra evitar abusos, vale registrar. Agora ele grita se a Tetê arranca um brinquedo da mão dele ou se ele quer um colo (o meu, no caso) que está ocupado pela irmã. É assim mesmo, com isso as coisas vão se equilibrando por aqui. Os dois filhos garantem seu tempo.

Difícil está garantir as nossas costas. Porque um bebê de 11 quilos continua sendo um bebê no sentido de precisar de colo. Ainda bem que cada vez mais ele gosta de andar. Eu fico impressionada como é que o Dani consegue voltar com as duas crianças e suas respectivas mochilas da escola, de táxi, sozinho. Pra mim, este pai é um verdadeiro herói. Mas as nossas costas doem e uma providência deve ser tomada nos próximos tempos. Leia-se atividade física.

Tá aí. O Pabão tá fazendo um ano e, nesse meio ano, como vocês podem perceber, ele se negou a ser bebê. “Sou criança, mamãe”, diria ele. Está sendo uma experiência muito enriquecedora e divertida ser sua mãe (e seu pai, e sua irmã), queridíssimo Pablo. Te amamos. Você tornou a nossa vida muito mais dinâmica — e feliz! — do que era antes.

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Voltamos com tudo!

Quinze dias depois que o tio Fábio, a tia Fernanda e a Flavinha foram embora de San Diego, a vovó Amelia e o vovô Jorge chegaram para ajudar a gente a desmontar a casa — e passear um pouquinho também. Foram os dias mais planejados da minha vida, dado, também, o nível de caos que tínhamos para finalizar. Era passeio pra fazer (inclusive lugares que a gente ainda não tinha visitado, como a Legoland, que é muito legal!) intercalado com malas para fazer, as despedidas e… as últimas comprinhas, né?

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No meu sonho ideal, quando meus pais chegassem eu estaria pelo menos com algumas malas feitas, pelo menos as de roupas que eu não precisasse mais usar. (Dica pra quem tem que desmontar uma casa e fazer mudança: comece pelas coisas que você precisa continuar usando, como se fosse uma mala de viagem. Porque aí o resto você empacota do jeito que der!). Bom, fato é que eu tentei, antes dos meus pais chegarem. Mas não consegui. Tudo que eu empacotava a Tetê tirava, e ainda tinha o Pablo pra cuidar, as últimas coisas do doutorado sanduíche do Dani pra fazer. Foi um caos! Risos.

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Despedida das professoras da universidade: Alice, Ahyehang e Gwena

Aí, quando eles chegaram, melhorou bastante! Porque eles podiam ajudar com as coisas da rotina da casa, podiam levar as crianças pra passear… Só que tanto a Tetê quanto, principalmente, o Pablo, só queriam saber de ficar pendurados na gente! Principalmente em mim… e eu que tinha bolado uma estratégia para as malas.

Teresa se despedindo dos móveis e da casa. Minha filha é uma gata

Teresa se despedindo dos móveis e da casa. Minha filha é uma gata

Mas nós conseguimos. Trabalhamos noite adentro, devolvemos tudo o que nos emprestaram, doamos o equivalente a umas seis malas grandes de roupas e brinquedos, nos mudamos na última semana pra casa da tia Selih e tio Roger, vendemos as coisas grandes que nenhum dos nossos amigos queriam e empacotamos o resto. Exatamente mais 9 malas (8 de 32 kg e uma de 23 kg, pagando uma mala extra apenas — minha mãe levou uma; lembrem-se que meu cunhado tinha levado outras 3) e 5 bagagens de mão  (sendo que uma foi com minha mãe), mais o carrinho, a cadeirinha do Pablo, o anexo do carrinho e as nossas bolsas. 🙂

Foi duro sair de San Diego tão carregados. Foi duro fazer a viagem assim. E foi ótimo chegar em casa e ser recebidos pelos amigos! A Anna e o Kameoka nos buscaram no aeroporto com nosso carro, e o Marcelo e a Rosa com o caminhão que levou as malas. Chegamos em casa e fomos recepcionados, com a casa reformada, pela Clara e Daniel com Davi e Mateus e pela Rosana e Davi com Joana, Marília e Berenice. Foi ótimo para a Tetê se empolgar com a volta!

Despedida da tia Hilse, tia Selih, tio Roger

Despedida da tia Hilse, tia Selih, tio Roger

Três dias depois eu voltei ao trabalho, um dia antes as crianças voltaram pra escola, mas isso tudo já é assunto pra outro post!

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Um mês muito intenso! (Pablinho, seis meses, #tovoltando)

Rumo aos 6 meses!

Filho! Não acredito que já se passaram seis meses! Por outro lado, meus braços dizem que já se passaram muito mais!

Engatinhou para trás pela primeira vez!

É lindo ver você tão grande (acabamos de perder o guarda-roupa de tamanho 18 meses… ai ai), forte (temos que tomar cuidado, senão a gente leva cada porrada… puxão de cabelo…), saudável, querido.

Com esses seus cinco meses, de um dia pro outro você estava batendo palmas e acenando! Isso foi exatamente no dia 10 de fevereiro. Incrível que você reconhece as palavras pra acenar e bater palmas em português e inglês. Contei pro pediatra americano e ele disse que essas são coisas de se fazer com um ano! A Tetê fez essas coisas com 7 pra 8 meses e já tinha sido bom!

E depois, exatamente no dia 19, aniversário da tia Helô, na presença do tio Fábio, tia Fernanda e Flavinha, você engatinhou aqui em casa! Você está bem avançado na arte de sentar sem apoio, desde o mês passado adora pular e… vai pulando sentado pra frente, pros lados… se joga pra frente e engatinha pra trás! Ficar parado não é com você.

Princesas na DisneyVoltamos à Disney esse mês, pra levar sua prima. Você já não é aquele bebezinho que só dorme. Ficou interessado por várias atrações, principalmente pelos desfiles! Quem diria?! Meu bebê! Ah. E você adora o Mickey e companhia. Também, pudera. Com sua irmã e sua prima andando com ele pra lá e pra cá (elas preferem a Minnie, na verdade), e com aquele nariz gostoso de morder que ele tem…

Foi muito legal ter a família Galvani-Hora aqui com a gente. A Flavinha, com 1 ano e 10 meses, te fez muita companhia. Ela ama você demais! Ela fez muita companhia também pra Tetê, todo mundo brincou muito, e gritou! Ai, coitado do vizinho de cima! Nós adultos bem que nos esforçamos pra reduzir a barulheira… E o pior é que você aprendeu a gritar!

Agora o Pablão já curte um Mickey!

Agora o Pablão já curte um Mickey!

Agora você demonstra claramente que não gosta de ficar sozinho. Ah. Você também não gosta de ficar de costas no carro. Sorte sua que você é grande. Com quase 9 quilos (e 72 cm de comprimento! percentil 98 da curva!), você já pode ir virado pra frente.

Você chegou aos 6 meses já comendo bastante, conhecendo muitos dos legumes, folhas e frutas disponíveis, além do cereal (aveia). Mais um bebê com prisão de ventre na nossa família, ai meus sais! Mas vamos lá! Agora é hora de provar feijão, arroz… o pediatra liberou até carne, mas essa vai ficar pro Brasil.

Você também é louco por mamadeira. Mas essa aí a gente usa com moderação, né? Só quando precisa! E tem precisado menos, porque desde que o tio Fabio e a tia Fernanda chegaram, a Tetê está de férias.

Teresa, Quinn, Maddy and Adam no Valentine’s Day

Tiramos a Teresa da escola, no dia da amizade (a festa do Valentine’s Day foi em 13 de fevereiro, na verdade). Foi bem bonita a despedida, com a troca de presentes típica do dia, e um pãozinho de queijo pra dar as saudades do Brasil.

Agora, estamos preparando a volta… Tio Fábio e tia Fernanda já levaram 3 malas, eu estou empacotando tudo o que posso, vendendo umas coisas… Vovô Jorge e vovó Amelia estão vindo aí pra ajudar a fechar a casa (sim! agora temos que desfazer tudo o que fizemos!), fazer malas e picar a mula. Chegando lá, já sabemos onde vocês vão estudar (a mesma escola da Tetê de antes), sabemos também que nossa ajudante não volta. Mas com esse estágio daqui, provavelmente a gente ficou mais prático para dar conta de tudo! A ver…

Estou preparando também o meu coração pra voltar a trabalhar. Vovó Amelia disse que não vai ser mais fácil pelo fato de eu já saber como é. Estou começando a acreditar (ou: praga de mãe pega!). Eu gosto do meu trabalho, isso torna as coisas um pouco mais fáceis (ou menos difíceis…). Amo você, Pablinho. E a Tetê, e o papai. Está sendo muito bom estar junto com vocês.

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Teresa: histórias para guardar (de 2013)

Viradinha de cabeça é o charme (inter)nacional!

Viradinha de cabeça é o charme (inter)nacional!

Bom, como ainda não acabou o carnaval, dá tempo de fazer uma pequena retrospectiva de histórias da Tetê em 2013. Esse post é uma coleção de lindezas que eu ainda lembro e quero guardar para a vida.

Ajudante

Quando ainda estávamos em Brasília,  Tetê já gostava de ajudar: lavar louça,  colocar na máquina, pendurar roupas… teve um dia em que ela ajudou tanto minha mãe que falou: agora chega, vovó. “Criança não trabalha,  criança dá trabalho!” – cantando a música da Palavra Cantada.

Já aqui em San Diego, num outro grau de serviço doméstico,  um dia ela perguntou por que temos que limpar a casa e eu respondi: porque aqui é como se fosse o nosso castelo. Agora ela não pode me ver limpando que quer limpar também.  Pra dizer a verdade, ela me ajuda bastante passando pano nos móveis e no chão e varrendo. Até com o aspirador ela me ajuda! Coloca o fone de ouvido e vai tirando as coisas pra lá e pra cá!

Teóloga

Tetê me perguntou como que o Papai do Céu podia, ao mesmo tempo, estar com a gente e com nossa família no Brasil. Eu fui explicando aos poucos a onipresença de Deus, até pra ela parar de gritar “estou sozinha” quando estamos fora do seu campo de visão.

Um dia, estávamos na casa de uns amigos,  que tem 2 banheiros, e ela sabia disso. Aí eu a levo no banheiro, e ela começa a demorar:

– Tetê, vai logo, mamãe tá apertada.
– Não,  mãe,  vai no outro banheiro. Você vai com Deus e eu fico com Jesus!

(Fofa!)

Mãe de brincadeira

Desde que eu fiquei grávida,  todos os temas relacionados são motivos de brincadeiras.

Primeiro, a boneca Glaucinha tava na barriga dela. Depois ela nasceu, ficou inclusive ensanguentada de canetinha vermelha. Aprendeu a mamar, a sorrir, a sentar, a comer. Tudo junto com o irmão.

Ainda durante a gravidez, ela falava que o Pablo estava na minha barriga e a Uniqua na dela (ou a Tasha, ou o Tyrone…). Expliquei bastante que o Pablo que estava na minha barriga não era o dos Backyardigans, pra evitar maiores frustrações…

Quando ele nasceu, foram muitas visitas a médicos,  aí nós brincamos de doutora.  Ela é a médica e eu, a paciente.

No Natal, ela ganhou uma boneca bebê, a Sessé, herança da tia Selih; uma boneca que anda, a Lili; e dois carrinhos de supermercado. Agora a brincadeira vai ganhando mais ares de vida real: compras, broncas, passeios, brincadeiras e interação entre os irmãos.  Teresa inventa a história toda e, finalmente,  gosta de brincar sozinha.

Eu sou a vovó (Amelia ou Luiza, muito raro eu poder ser vovó Lidia). O Dani é o papai ou o vovô. E o Pablo é respectivamente o titio ou o papai. Ah, e às vezes o filhinho. Principalmente quando ela vê oportunidade de dar comida, banho ou trocar a fralda dele!

Às vezes também as princesas são mamães ou filhinhas. Atualmente, 80% das vezes em que ela fala a palavra “mamãe”, não é comigo. E ela ainda acha um absurdo eu responder!

Mais fantasias

A gente brinca de princesa. Ela é a Branca de Neve (veste a roupa todo dia!), eu sou a Cinderela.  O Dani é o meu príncipe,  o Pablo é o dela (futura nora, corrigiremos isso no tempo oportuno! )

Fantasia de borboleta, amiga da Dora Aventureira. Até pra andar de bicicleta tem que ser de fantasia!

Fantasia de borboleta, amiga da Dora Aventureira. Até pra andar de bicicleta tem que ser de fantasia!

Ela é a Chapeuzinho Vermelho, eu sou a vovozinha, o  Dani é o lobo e o Pablo, o caçador.

Teresa é a Sandra da Palavra Cantada. Pablo e Dani são o Paulo. Eu sou a Julia Pittier ou as crianças.  Vovó Amelia também é Sandra.

Temos que interagir com a história certa pra dar comida, brincar, dar banho, guardar os brinquedos,  colocar pra dormir… hehehe

Ah, importante citar: a mania de roupas acompanha… roupas. Fantasias mil, de verdade, inventadas, muito lindas.
Generosa

Estava difícil ensinar pra Tetê a compartilhar. Aí um dia eu falei pra ela pedir ajuda pro Papai do Céu,  porque ela não estava querendo compartilhar com uma das melhores amigas,  aí não tem condições… Funcionou super bem, além do esperado, como vocês verão a seguir.

Um dia, ainda em Brasília, vêm uns amiguinhos visitar o Pablo e brincar com a Teresa. Aí um deles não compartilhou o brinquedo.  Em vez de chorar e espernear (como de costume), ela simplesmente chega até mim e fala: “mãe,  Papai do Céu não tá ajudando Fulaninho a compartilhar. Você pede  ajuda pra ele?”(Amor!)

Ainda sobre generosidade: expliquei pra Tetê que se o Papai do Céu deu muitos brinquedos pra ela, é porque ela compartilha. Se ela não dividir, vamos dar uns brinquedos e ela vai ganhar menos… (mas no dia a dia essa ainda é uma questão: ela quer compartilhar o que quiser, não necessariamente o que a outra criança está interessada… a luta continua…).

Internacional

Com seis horas de fuso horário em relação ao Brasil,  foi necessário explicar o conceito de diferenças horárias para a criança.  Tipo assim, não pode ligar pra vovó de noite, porque é madrugada no Brasil.

Isso ajudou a explicar outro conceito: o de dia e noite. Especialmente importante para uma menina noturna, mas que sabe que à noite é hora de dormir. E especialmente complicado num lugar em que escurece às 17h, ou seja, não é hora de dormir assim que escurece!

– pai, por que tá de noite?- porque o sol foi embora- e por que ele foi embora? Grande sacada do Dani:- porque ele foi pra terra da Ahyehang (professora sul-coreana do playgroup da universidade).

Faladora

2013 foi o ano em que a Tetê disparou a falar parágrafos inteiros.  Em português,  quero dizer. Em inglês ela também fala, com palavras inventadas para fazer companhia à parte do idioma que ela domina. Agora, já são histórias completas,  de vários parágrafos,  quiçás páginas e mais páginas.  Hehehe

Tem aqueles errinhos – e certos acertos – que tornam ainda mais especial criar uma garotinha de 3 anos. O meu favorito é “eu querisse”: “mamãe,  eu querisse que você fosse comigo!”- futuro do subjuntivo e imperativo:ela fala “me ajude,  mãe” e “eu quero que você me ajude”. “Acenda”a luz, “compre”, etc. É como se estivesse usando o “tu” e o “você”, junto e misturado. Ah! Também tem o “envugada”, que é uma lindeza:

– Tetê, sai do banho!
Ela olha pro dedo: – Minha mão tá envugada? Ah, tá! Então eu posso sair.

E tem aqueles bem normais mas que é muito legal de ouvir: mánica, tevelisão… Adoro.

Cadê? Tá aqui

Vocês acham que ela brinca de cadê e achou? Até brinca, mas não é sobre isso que eu quero falar. Teresa tem uma memória incrível para lembrar de objetos desaparecidos: aqueles que ficaram em Brasília, que já foram embora, que já demos, que não vemos faz tempo. E quando quer algo, não sossega até a gente achar.

Agora, vai perguntar pra ela onde está qualquer coisa?! Ela aponta para o lugar onde o dedo dela achar conveniente, aleatoriamente, e diz: “tá aqui”! Com a maior cara lavada do mundo.

Esperta

Não é porque é minha filha, não, ou é exatamente por isso, hehe, mas eu acho a Tetê muito esperta. Só mais uma história: quando ela apronta alguma, geralmente nossa primeira medida é conversar sério com ela. Pois bem, desde que chegamos aqui, ela já vai aprontando, olha pra gente com a cara mais séria que ela sabe fazer e fala: “não, eu não quero conversar sério! Não é falar sério!” kkkk, e a gente nem pode rir!

Também é engraçado quando ela aprende alguma coisa nova, ou fala alguma coisa muito de adulto (aqui, a língua do nhé-nhé foi introduzida pela Tetê, com o Pablo), a gente pergunta onde ela aprendeu, e a resposta é: “eu sou espéta, mãe!”

Bom, só posso dizer que é uma delícia ser pais da Tetê e que vamos sentir saudades desta fase linda e desse intensivão de convívio!

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Pablinho: 5 meses de muito amor!

Pablinho arrasando nos parquinhos de San Diego

Pablinho arrasando nos parquinhos de San Diego

Filho,

Parece mentira que já se passaram 5 meses! Você é uma delícia que veio completar nossas vidas!

Neste último mês, vimos você:

– ficar sentado, brincando, por longos períodos. E se jogar pra frente, ou pro lado, quando quer alcançar algo

– fazer não com a cabeça, e tornar isso uma linda brincadeira

– pular no nosso colo – e do nosso colo – com uma força impressionante, de doer o braço!

– exigir comida e finalmente fazer a introdução alimentar

– e atacar nossos pratos e copos! O mais chocante foi quando você arrancou um pedaço de pão do meu hambúrguer!

– ficar sem a mamãe, só com o papai, por algumas horas.

– brincar muito com a Tetê! Inclusive no parquinho!

– se interessar pelos eletrônicos (não, não, não! Muito cedo!)

– morrer de cócegas: no nariz, na barriga, embaixo do braço! Amamos sua risada!

– falar inglês! Agora, além de “mãe”, “não” e “é”, você fala “hi!”

– mostrar que você não é um santo, e sim uma pessoa, com suas necessidades, e algumas reclamações. Poucas, é verdade!

E o crescimento desenfreado diminuiu por aqui. Ganhamos apenas alguns gramas, você está com 8,5 kg. Como ficou mais firme, parece até que ficou mais leve!

Te amamos demais!

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A aventura sob o olhar da Teresa: irmã e bilíngue

Já se passaram três meses e meio da nossa aventura na Califórnia. Para ser mais precisa, a metade da viagem aconteceu no dia 20 de dezembro, meu aniversário. Como você pode imaginar, tem uma dúzia de posts que eu gostaria de escrever, todos recheados de fotos e vídeos, mas a realidade é dura e a gente posta é de madrugada mesmo, então, aceite esse post como se fossem outros 12!

Estamos bem por aqui. Pablo continua crescendo bem, desenvolvendo fantasticamente. Estava louco por comida e então a gente voltou a tentar introduzir a alimentação, aos 4 meses e meio — o que foi bastante conveniente para a nossa família, pois assim ele pode ficar mais com o Dani e eu saio mais com a Tetê. Agora — e até os 6 meses — serão 2 refeições por dia: de manhã, mingau de aveia, leite materno e fruta; à tarde (17h), legumes. Já provou banana, morango, maçã, ameixa, batata doce vermelha, abóbora spaguetti, couve, espinafre, salsinha… e ataca minhas comidas de vez em quando. Por exemplo: meu hamburguer. Acabou comendo um pedaço do pão.

O Pablo adora brincar com a Teresa, principalmente de balão. Mas também de brinquedos dele, bonecas dela, qualquer coisa que pintar pela frente. Adora ir no colo da irmã, brinca de mamar nela, conversa com ela. Uma loucura. Eu fico achando que ser irmã é algo melhor do que minha memória alcança.

Mas não foi sempre assim, não. Na verdade, no começo (e principalmente depois que minha mãe foi embora), a Tetê estava meio ogra com o Pablo. Sempre queria pular na cama quando ele estava (de preferência, bem perto da cabeça dele) e era só a gente falar pra ela não fazer uma coisa que ela ia lá e fazia. Foi duro. Mas a gente foi conversando, brigando, demonstrando amor, conversando sobre o que ela estava sentindo…. Tentando também organizar a vida dela pra ela se sentir mais segura… e a coisa foi melhorando.

É muito amor! (Pablão com 4 meses e uma semana)

É muito amor! (Pablão com 4 meses e uma semana)

Na medida em que o Pablo começou a interagir mais, ela foi acreditando no amor dele e a coisa ficou mais interessante por aqui. Agora ela é uma das principais intérpretes do que ele quer, e eu fico imaginando que daqui a pouco eles vão dispensar a mim e o Dani… Ela até falou outro dia: “mamãe, quando eu e o Pabo for gande, vocês podem ficar aqui e a gente vai sair só nós dois, tá bom?”.

Tetê na 17-mile-drive (Pacific Grove)

Tetê na 17-mile-drive (Pacific Grove)

A verdade é que, de todo esse processo de adaptação, quem mais sofreu foi a Tetê. Primeiro, com a chegada do irmão. Segundo, de saudade de Brasília. Ela tem uma memória incrível. Lembra de todos os amigos, fica falando deles, fazendo planos de encontrar. Fica doida pra falar com eles no computador (mandou e recebeu alguns recados por Whatsapp e Skype, ela adora!). Ela lembra também dos brinquedos que ficaram em Brasília (roupa, não ficou quase nenhuma). Ainda bem que eu fiz a mala de brinquedos com ela! Foi ela que escolheu!

E terceiro, ela sofreu bastante também para aprender inglês, especialmente no começo. Deduzi que ela é perfeccionista que nem o Dani. Tentamos, ainda bem Brasília, contratar uma professora particular para ensinar inglês, já que na escola dela eles só ensinam a partir dos 3 anos. Mas só conseguimos um esquema que coincidia com o ballet, e ela estava feliz de ser bailarina, então, como todo mundo falou que seria tranquilo o aprendizado, deixamos para aprender por aqui. No Brasil, ela só ficou sabendo que existia o inglês, e que a mamãe, o papai e a Dora Aventureira falavam inglês.

Bom, ainda quando minha mãe estava aqui em San Diego, no primeiro mês, a Tetê estava sofrendo muito por não conhecer nenhuma criança (“mamãe, quem são meus amigos em San Diego?” — e eu respondia: tia Selih, tio Roger e tia Hilse, os tios-avós da minha amiga que eram nossos únicos conhecidos por aqui). Aí a gente resolveu matricular ela na escola, matriculamos na pré-escola da igreja que frequentamos, para ser uma adaptação só.

A adaptação de verdade começou depois que minha mãe foi embora, porque passeamos pra valer com ela nos últimos dias. Nós achamos que íamos ficar na porta da sala até ela se adaptar, porque a diretora tinha dito que seria ok. Mas a professora achou melhor a gente sair do campo de visão. E a Tetê chorou horrores quando percebeu que não estávamos à vista. Acho que ela chorou demais, porque ficou traumatizada e depois só quis ficar na escola com a gente dentro da sala.

Na verdade, na sala dela, das outras sete crianças, um dos meninos é russo. E a mãe dele fica dentro da sala (traduzindo). E eu acho que a Tetê sacou, e quis a gente lá dentro também. O Dani que estava indo até o final do ano passado, mas agora com o Pablo comendo, eu tiro leite (e ele toma na mamadeira, bico natural pra não confundir com o peito) e vou com a Tetê. Agora a professora quer tirar os pais de dentro da sala, aos poucos. No último dia, a Tetê já ficou uns 50 minutos não consecutivos sem mim (2 choros no meio do caminho, mais a decisão de voltar lá pra dentro).

A gente acha que ela ficou insegura por não saber falar inglês. Chegou a um ponto que ela não queria mais nem ir ao parquinho (até chegamos a encontrar uns brasileiros, mas as meninas eram mais velhas, não quiseram emprestar uma boneca especial pra Tetê, ela ficou complexada por ser pequena).

Mas apesar de tudo isso, ela já aprendeu bastante inglês, e adora. Ela ama assistir a Vila Sésamo e outros desenhos fantásticos, na PBS (TV Pública daqui) e no Sprouts, canal voltado pras crianças.

Mas uma das coisas mais importantes para isso é um playgroup que tem no International Center da universidade (UCSD), com as aulas “Mom and Me”. A gente vai com as crianças, elas interagem com crianças de outros países,  cantam músicas em inglês. São 3 professoras — uma sul-coreana, uma americana e agora tem uma nova, francesa. A Teresa ama a Ayehang, sul-coreana. A Teresa adora ir ao “trabalho” do papai. E foi lá também onde ela conheceu duas amiguinhas, ambas de 6 anos: a Olivia, americana, e a Sofia, brasileira.

Dezembro foi um mês importante na virada da Tetê aqui, inclusive pela presença do Cícero, colega de profissão do Dani do Brasil, e sua família, que virou uma família amiga. Ele veio a trabalho com a esposa, Jane, e os dois filhos, Joca (10 anos) e Cecília (6 anos). Nos encontramos muitas vezes nesse mês, as crianças se adoraram (Pablo inclusive), e nós também adoramos eles. A Tetê ouviu as histórias de adaptação das crianças, acho que ela se sentiu mais amparada, mais pertencente a este lugar chamado San Diego, ou mais especificamente, La Jolla.

Emendamos com meu aniversário; Natal, onde, além de estarmos com a família da Clara, estivemos também com a família da Denise Rosa (que também tem uma filha querida e grande, a Julia, de uns 8 anos), o que ajudou a preencher nossos corações — e mais os presentes da família do Brasil, da de cá, do papai Noel; e ano novo, em que fizemos uma viagem inesquecível para San Francisco (com direito a alguns encontros com a Sofia e sua querida família: Cida, Jonas e os filhos jovens, Tomás e Thales).

Nós e os elefantes do mar em San Simeon

Nós e os elefantes do mar em San Simeon

Além de conhecer San Francisco, fizemos a viagem de carro, pela costa da Califórnia. Visitamos Santa Monica, Santa Bárbara, Cayucos, San Simeon, Big Sur, Carmel, Monterey, Pacific Grove (e a famosa 17-mile-drive), San José. Visitamos aquário, missão, parquinho, parque, praia, museu de criança, biblioteca, castelo, museu de adulto, píer, pôr-do-sol, bichos do mar, restaurantes (muito macarrão e batata frita pra Teresa, numa terra em que quase tudo é picante!). Viramos fãs da Califórnia, esse lugar tão hispânico, tão mexicano das Américas!  E ficamos mais próximos, mais sintonizados, mais preparados para sermos uma família de quatro pessoas. A Teresa voltou da viagem mais segura, falando mais inglês, brincando com as crianças no parquinho, topando o desafio de ficar sem a gente na sala de aula. E agora, às vezes ela diz que não quer voltar pra Brasília. Se tornou cidadã de dois lugares.

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Em viagens prévias, tínhamos explorado bastante Los Angeles, com direito a almoços fantásticos para bolsistas da Fulbright em Malibu e Santa Monica. E tínhamos conhecido a Disney e a Universal Studios. Um mergulho no mundo da fantasia, com encontros, abraços e autógrafos na Minnie, Mickey, Margarida, Donald, Pluto, Dora Aventureira, Shrek… A Tetê foi na Disney vestida de Branca de Neve e, durante o desfile no parque, recebeu acenos e beijos da Branca de Neve original e de todas as princesas! Foi um desbunde! Inesquecível! Eu j-a-m-a-i-s imaginei que poderia ser tão legal para uma criança de 3 anos visitar especialmente a Disney. Mas ela amou.

Nós e a Minnie. Pablo com um mês e meio. Foto preferida da Teresa

Nós e a Minnie. Pablo com um mês e meio. Foto preferida da Teresa

Fora isso, passeamos bastante por San Diego — depois que minha mãe foi embora, os passeios se restringem aos fins de semana ou às visitas ilustres: Sea World, Zoológico, Balboa Park, Children’s Museum. Além do Cícero, Jane e cia., tivemos a Thais Peres, uma amiga da igreja de SP, e em breve teremos 2 visitas da família! Estamos super animados!

E os adultos?

Eu e o Dani ficamos totalmente consumidos por essas coisas da vida que tomam tempo e que muitas vezes não levam a lugar nenhum, mas que é necessário passar por elas: arrumar a casa, limpar, cozinhar. Planos familiares para casos de terremotos (sim, tem isso por aqui…) .Ah, e cuidar das crianças, algo que dá futuro e nos toma o tempo todo. Cada vez mais a Tetê ajuda em todas essas tarefas, e topa que as façamos quando estamos com ela, o que facilita. No começo ela não entendia essa dinâmica.

Também gastamos bastante tempo para entender como algumas coisas funcionam por aqui, acho que a mais difícil é a questão dos planos de saúde. Quando a gente achou que tinha entendido tudo e que o plano estava cobrindo todos os nossos gastos, chega uma fatura de 1.700 dólares pra pagar! O sistema de saúde aqui é realmente muito confuso, complicado… que saudade do Brasil, seja no SUS ou no convênio.

Agora a gente já está mais por dentro das coisas, e com o Pablo maior, nosso foco principal é que o Dani consiga se concentrar nos estudos, o que foi difícil no começo. A experiência tem sido boa para ele fazer contatos, acompanhar umas disciplinas e ter ideias para fazer nas aulas no Brasil.

Da minha parte, meu objetivo principal é apoiar minha família, já que estou de licença maternidade e o Pablo precisa tanto de mim neste momento. Mas com isso bem resolvido, sou muito grata por essa vivência e também pela oportunidade de aprimorar meu inglês. Acho que ganhei uma certa fluência. Mas para ter certeza, estou fazendo umas aulinhas particulares agora, pra tirar umas dúvidas e parar de dar aquela engasgada. Tá sendo bem bacana…

Temos poucos amigos por aqui, na verdade, de americanos, eu tenho só uma amiga que não é da família da Clara! Risos. Isso foi um pouco difícil no começo, aceitar que eu não levaria amizades daqui, mas agora eu já me acostumei. Hehehehe. Tenho amigos brasileiros, essa uma amiga e pronto. Valeu.

Importante dizer também que todos nós ficamos um pouco deprimidos quando o horário de verão acabou por aqui, em novembro, e o sol passou a se por às 17h. Mas essa parte já passou. Nos sentimos extremamente gratos por estar num lugar em que diariamente os termômetros atingem 20 graus celsius positivos, enquanto tem outros lugares embaixo de neve, batendo recordes de frio! Para tirar onda de verdade, nos últimos dias chegamos a 25 graus e fomos até à piscina do condomínio!

Temos alguns micos para contar, mas esses ficarão para um post especial… porque merecem!

Califórnia, um lugar pra enjoar de por do sol! (esse aí foi em Big Sur!)

Califórnia, um lugar pra enjoar de por do sol! (esse aí foi em Big Sur!)

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10 fatos sobre o Pablo

Filho,

Pela primeira vez, consegui escrever um post só sobre você! É a vida, né? Ufa! Ainda bem que não ficou para 2014!

Segundo filho, no meio de uma grande aventura (neste momento, na road trip para San Francisco), temos muito o que fazer e pouco tempo pra escrever…O importante é que chegou o momento…Assim podemos dividir um pouco mais com os amigos e o mundo o que já conhecemos de você.

1- É muito querido e bonzinho

Eu diria que é impossível não amar você! Está sempre feliz, gosta de brincar, distribui sorrisos até para desconhecidos, desde os 2 meses: basta puxar uma conversa contigo, em português ou inglês… Ah, desde os dois meses você conversa! É, mãe e não são palavras que você aplica direitinho no contexto. Para todo o resto, você usa uh – uh, língua do vovô José para bebês!

Você quase nunca chora (só se estiver com cocô ou com agonia de dente, e se a gente não percebeu os 8 sinais que você tentou dar antes!). Pra mamar, eu tenho que adivinhar que já está na hora! Só uma vez que você ficou irritado de verdade, porque estava com fome e a gente preso no trânsito de Los Angeles. Eu não quis te tirar e você abriu o maior berreiro!

Adora ficar em qualquer lugar: carrinho, tapetinho, cadeira treme-treme (só não gosta que balance muito), sling, canguru… Até pede pra sair do colo de vez em quando! Aceita bem as esmagadas que sua irmã te dá de vez em quando (claro que a gente procura educar pra não ser forte demais, né?) e topa numa boa sair do colo pra dar a vez pra Tetê!

Sorriso mais lindo deste planeta!

Sorriso mais lindo deste planeta!

Ah, claro, como não dizer: viaja e passeia um monte com a gente, sem reclamar: se mudou pra San Diego com um mês, alguns dias depois já foi ao Sea World, zoológico, Disney, Universal Studios (emLos Angeles, onde já viemos três vezes!), N atividades na escolinha da Tetê, na universidade do papai, parquinhos mil… E tudo no maior sossego, dormindo horas, ou no maior bom humor do planeta.

2- Está crescendo muito rápido (como carregar um bebê gigante e pesado?)

Você nasceu com 4 kg, completou um mês com 5,5 (roupa M), dois meses com 7 (roupa G) e três meses com 8 kg (perdendo roupas de 12 meses, indo para 18 meses). Até agora, não houve uma única semana sem perder roupas! Surreal! Passei os dois primeiros meses da sua estadia aqui tentando arrumar o seu armário. Agora eu consegui… Ou desisti? Bem, basicamente, estou comprando roupas um pouco maiores do que o seu tamanho, para ter um pouco de sossego. E ainda bem que você alcançou os 4 meses ganhando apenas alguns graminhas!

Esse seu crescimento acelerado chega a me deixar sem ar! Você está tão pesado que meus braços dormem quando eu te amamento sentada e com o braço apoiado; doem quando eu te carrego no muque; e meus joelhos e pernas doem se eu fico muito tempo com você no colo. Ah, você também me deixa sem cálcio! Mesmo tomando muito leite, queijos e complemento, minhas unhas quebraram várias vezes quando você tinha dois meses!

Pablo no canguru, mamando (na Missão de Santa Bárbara, há 2 dias!)

Pablo no canguru, mamando (na Missão de Santa Bárbara, há 2 dias!)

Com isso, e considerando que você é o segundinho, a forma de te carregar foi uma das principais questões da nossa família nesses 3 primeiros meses. A solução do wrap sling era perfeita, até que você ficou pesado demais e o sling começou a ceder. Além disso, te colocar por cima do sling dava muito trabalho! Tinha que esticar meu braço inteiro! Passamos pelo sling de argola, mas eu acho ele melhor pra bebês que já sentam, com bebê molinho e grande não fica tão firme, aí acabei descobrindo um canguru que é anatômico, não faz mal nem pro bebê nem pros pais: o Ergobaby (por um acaso, é o mesmo que a Giselle Bundtchen usou…).

Também descobri que me iludi quando achei que, com um carrinho só, sua irmã andaria parte do trajeto, então você poderia ir um pouco no carrinho. Quer dizer, ela até anda um pouco, mas ficou com um pouco de ciúme do carrinho…. Então te colocar no único assento virou uma dificuldade…

A solução seria partir para um carrinho duplo. Pesquisamos, fomos até a loja e… Carrinhos duplos não cabem no nosso carro! Até pensamos em trocar de carro, mas acabamos achando uma cadeirinha (stroller board) que anexa ao carrinho — a qualquer carrinho! Aí compramos pra Tetê, que está adorando a cadeira de irmã grande, se sentindo super importante, e te deu a vez no carrinho. Minhas pernas agradecem!

3- “Eu me remexo muito!”

A música do Madagascar foi sugerida como tema do Pablinho pela tia Maricota e pela minha amiga Ginny. E é verdade. Ele adora se movimentar!

Pablito dança na banheira como um bebê de 10 meses! Com um mês, aprendeu a bater o pé e faz a maior molhadeira no banheiro!

Ele adora brincar! Bate nos brinquedos do tapete de atividades e da cadeirinha treme-treme com a maior força!

Ele dá o mesmo giro 360 graus que a Tetê no berço, e já tentou pular do colo duas vezes! Se joga pra trás quando quer se deitar, pra frente quando quer sentar…

4-Odeia sujeira

E quem gosta, né? Quer ver o Pablinho agoniado? É só ele estar com a fralda suja, ou deixar passar a hora do banho! Aí rola o maior chororô… O que, por um lado, me dá um alívio de saber que ninguém vai ficar abusando da sua vontade, né?

5- Dorme  a noite inteira

Na única noite em que dormimos no hospital, quando você nasceu, as enfermeiras queriam que eu acordasse de três em três horas pra te dar mamá, com medo de você ter hipoglicemia por ser muito grandão — 95% na curva de crescimento. Já nessa noite, perdemos a hora e você dormiu umas cinco horas seguidas. Depois foram seis, sete, oito horas… Não posso reclamar da vida. Aliás, você tem três meses e meio e acabou de dormir a noite inteira três noites seguidas, das 22h até quase 6h!

Além de dormir bem, você também gosta de dormir sozinho muitas vezes: até pede pra ir pro berço quando está cansado.  Consegue se ninar sozinho, chupando a própria mão ou um paninho.

O mágico de tudo isso é pensar como você consegue dormir apesar da bagunça da sua irmã! Vocês dividem o quarto desde os seus dois meses, a pedido da Maria Teresa, que estava “se sentindo muito sozinha”. Ela prometeu não gritar mais no quarto para não te acordar, e ela bem que se esforça, mas às vezes escapole um barulho, ou um carinho meio bruto… Que felizmente não abalam seu sono nem seu humor!

Agora, você dorme a noite inteira, desde os quatro meses. E está adaptando seu fuso horário ao dela, indo dormir a partir de 21h30. Mas não exagere, porque eu quero que a Tetê durma mais cedo também!

6- Mama forte. Em livre demanda. E quase começou a comer

Em geral, em 10 minutos o Pablo já saciou a fome dele. Ele mama no sling, no canguru, em qualquer lugar… Não precisa de silêncio, sossego, nada disso. Quando ele era pequenininho, até engasgava de tão rápido que mamava. Depois, veio o arrotão,  a golfadona. E pelo menos duas horas de intervalo até a próxima mamada!

Pablo e a mamãe. Foto tirada pela Tetê

Pablo e a mamãe. Foto tirada pela Tetê

Com isso, tenho bastante tempo livre para brincar com a Tetê, com o Pablo, arrumar a casa… Ou seja, tempo livre pero no mucho.

Mas na medida em que os 4 meses se aproximam, tem mamado mais e mais… Nos últimos dias, achei que não ia dar conta, mas por enquanto, estamos sobrevivendo!

Pablinho está super curioso com as comidas, então, aos 3 meses e meio, chupou uma cenoura, e adorou. Não, eu não pretendo introduzir alimentos por agora…

Por recomendações do pediatra americano, seguindo as novas tendências de pesquisa mundial, acabei introduzindo cereais, na antevéspera do natal: arroz e aveia. Porém, deu uma assadura bizarra no meu neném, e ele ficou com o cocô muito maluco. Então, interrompemos depois de 3 dias e por enquanto continuamos só no peito. Mas a curiosidade não pára de crescer!

Tentativa de alimentação. Pablo gostou, raspou o prato!

Tentativa de alimentação. Pablo gostou, raspou o prato!

7- Não curte uma chupeta

Com toda essa eficiência ao mamar, sobra uma necessidade de sugar, mas não é de peito — e o Pablão nem aceita o peito quando não  quer mamar!  Confesso que tentei dar chupeta pra ver se ele parava de mamar meu dedo. Mas ele prefere mamar a própria boca (olha o vídeo! Muito lindinho!), ou a mão, ou qualquer paninho.

8 – Já está sofrendo com os dentes

Desde os 2 meses e meio! O bom é que, como agora nós já somos pais de segunda viagem, já sabemos o que fazer… Temos mordedores de brinquedo, de canguru, trouxemos Camomilina do Brasil, e por aqui compramos os tais do colar de âmbar e do Gripe Water. Tudo dá uma aliviada…

9 – É muito intenso e forte

Assim como o arroto e a golfada, tudo do Pablo é muito forte/grande: meleca, cocô, xixi… (dentro da fralda, que como eu disse, ele é muito bonzinho e eu sou mãe de segunda viagem)!

O cabelo eu precisei cortar com dois meses, a unha não chega a durar uma semana cortada.

Ele puxa o nosso cabelo com força, dá altas porradas nos brinquedos e esfrega os pés até arrancar as meias (que, aliás, já são tamanho 2 anos).

9- É super desenvolvido

Sentado, com apoio

Sentado, com apoio

E também super estimulado pela irmã que não pára de pular, dançar, correr, falar, inventar histórias…

Firmou pescoço com menos de um mês, adora ficar de bruços, aos 3 meses só quer ficar sentado, aos 3 e meio virou na cama (pra agarrar a irmã!).

Pablinho é muito curioso! Adora listras, luzes, brinquedos, conversas e gargalhadas (ele ri igual à Tetê!).

Desde os três meses, todo mundo jura que ele tem seis meses, por conta do estágio de desenvolvimento… Olha aí ele pegando brinquedo com 3 meses!

10-Tem um amor infinito pela irmã

Acho que só com muito amor para tolerar o ciúme, a zoeira, o barulho e algumas porradas ( algumas de propósito, muitas sem querer, inclusive duas viradas de carrinho — use cinto!) que uma irmã mais velha — e a mil por hora, Teresa rocks! — pode te proporcionar.

A Tetê é o destino das suas melhores gargalhadas, olhares, puxadas de cabelo (“não, Pabinho, não pode!”). É com ela que acontecem as brincadeiras mais divertidas: você topa todas, até as mais brutas!

Tetê: "eu não gosto que o Pablo dorme de dia!" -- quer brincar o dia inteiro!

Tetê: “eu não gosto que o Pablo dorme de dia!” — quer brincar o dia inteiro!

É lindo ver como vocês são parceiros e eu espero que isso dure toda a vida. E nessa parceria, você pede pra mamar na hora de ir embora do parquinho, só pra ela poder ficar um pouco mais. Chora quando ela chora. Tolera quando ela te agarra.

Curte os brinquedos, personagens e músicas favoritas da irmã. Já tá viciado em Dora Aventureira (só a foto e a boneca!) e Palavra Cantada.

A gente fala pra Tetê que tem determinadas brincadeiras que você só vai conseguir brincar quando souber andar. “Eu quelo que o Pabo ande rápido! Eu quelo que ele quesça logo!” Deve ser por isso que você é assim, grande e esperto. Te amamos demais!

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Chegamos e estamos instalados. Graças a Deus

Bom, pessoal, chega de enrolação, já é hora de darmos notícias de San Diego!

Vovó Amelia segura o Pablinho no avião, pra mamãe ir ao banheiro e o papai dormir!

Vovó Amelia segura o Pablinho no avião, pra mamãe ir ao banheiro e o papai dormir!

A viagem foi longa, 22 horas no total, mas até que foi boa. Com a ajuda da galera, chegamos ao aeroporto de Brasília com 3 horas de antecedência e as nossas 9 bagagens. Nossas reservas de acento tinham caído, teve que reemitir o bilhete da outra companhia, aí eles perderam a passagem do Pablo (que só foi emitida depois que ele nasceu. As nossas tinham sido compradas bem antes). Todo o tempo de conexão em São Paulo foi gasto com isso, e pra tentar colocar minha mãe sentada perto da gente… No final, acabamos contando com um passageiro solidário que trocou de lugar com ela (dica: se você está viajando com um bebê ou criança e não conseguiu os lugares juntos, fique nos melhores assentos próximos possíveis, janela ou corredor. Isso facilita a boa vontade do povo de trocar. Ah. E pede com cara de quem precisa muito, afinal você precisa mesmo!).

Crianças Neves (atenção! Os bebês estão trocados!)

Crianças Neves (atenção! Os bebês estão trocados!)

Ainda em Guarulhos, conheci meu sobrinho Timoteo, um fofo! Vi minha irmã, cunhado, pai, sogros… Mas não tivemos tempo nem de tomar um lanchinho com eles. Foi bom porque a Tetê se divertiu bastante, matou as saudades dos avós, conheceu o primo e… Dormiu a noite inteira.

Tínhamos escolhido um voo de noite justamente por essa possibilidade, e felizmente funcionou. A Teresa só acordou em Chicago, e foi um agito só até San Diego! Pra pegar um voo noturno, acabamos viajando algumas horas a mais, e achamos que valeu a pena!

O Pablinho ficou no wrap sling praticamente o tempo todo, acordava só pra mamar — e fazer cocô! E que cocô! No voo internacional, o ar condicionado estava muito forte. Eu o protegi como pude, mas ele acabou pegando um resfriado que durou os próximos 10 dias, tadinho!

Na última hora, acabamos decidindo viajar sem carrinho de bebê, porque tínhamos carrinhos à disposição em San Diego e teoricamente as companhias emprestam. Mas isso foi uma roubada, porque tivemos que carregar as crianças e as bagagens de mão por longos trajetos! Ainda bem que minha mãe foi junto com a gente, senão não teria sido possível! O momento mais difícil foi passar pela alfândega americana com as duas crianças no colo e 15 bagagens! Não, minha mãe não tinha seis malas. É que nossas bagagens de mão deram filhotes: casacos, biscoitos, sabem como é … Ah, lembrando ainda que, nos Estados Unidos, você tem que tirar tablet, computador, cinto, casaco, sapato… até em voos nacionais!

Instalados

Chegando em San Diego, a família da Clara nos buscou (com 2 carros), nos hospedou, comemorou os 3 anos da Tetê com a gente (vai outro post em homenagem depois!), nos ajudou a montar a casa (aqui você tem que mobiliar a casa inteira! Só tem os eletrodomésticos grandes! E de coisa grande, só compramos os colchões, o rack da televisão e a escrivaninha).

Festa de 3 anos número 3 da Tetê! De Dora Aventureira! Trouxemos tudo do Brasil e, três dias depois de chegarmos, comemoramos na tia Selih e Uncle Roger, com tia Hilse e vovó Amelia. Pronto! Está formado o exército de anjos!

Festa de 3 anos número 3 da Tetê! De Dora Aventureira! Trouxemos tudo do Brasil e, três dias depois de chegarmos, comemoramos na tia Selih e Uncle Roger, com tia Hilse e vovó Amelia. Pronto! Está formado o exército de anjos!

Outra coisa legal é que no centro internacional da universidade tem um lugar que empresta coisas de casa, ou melhor, aluga por um preço irrisório. Pegamos berço, panelas, banheira, cabides, luminárias, ferro, torradeira, pratos e muito mais por 30 dólares/mês. Tudo é administrado por voluntários! Quando eu me aposentar, quero fazer alguma coisa tão legal quanto o trabalho deles!

Nos mudamos pra nossa casa em uma semana. Quinze dias depois, surgiu um apartamento da universidade para nós, bem mais barato! O problema é que, para sair de onde estamos, ou pagávamos uma multa gigante, ou arcávamos com o aluguel daqui também, até eles conseguirem outro inquilino. Mas as aulas na universidade já tinham começado, a procura tinha diminuído… Entre o risco de custos a mais e o trabalho da mudança, ficamos no mesmo lugar!  O pessoal da residência universitária nos deu a dica de, na próxima vez, dizermos que chegamos 15 dias antes da data verdadeira. Baita gambiarra americana. Agora a gente já sabe, mas não deu pra nós!

Logo que nos mudamos, corremos pra comprar um carro – velho, claro. Aqui você precisa de carro praticamente pra tudo. O transporte público de San Diego consegue ser pior que em Brasília! Compramos um carro americano, mas depois soubemos que os carros velhos japoneses são melhores! Ainda não trocamos, mas de vez em quando pensamos no assunto… Aguardem os próximos capítulos.

Em uma semana também já estávamos adaptados ao fuso horário — seis horas de diferença, agora que acabou o horário de verão aqui e começou aí no Brasil. E agora o sol se põe às 17h, e esfria… Já me acostumei, mas no começo eu achei meio deprimente! O bom é que, como ensinamos a Tetê que “de noite é hora de dormir”, conseguimos começar a acalmar nesse horário e com, isso, ela tem dormido um pouco mais cedo: às 22h! kkkk. Claro que eu não expliquei pra ela que o horário mudou!

Aí corre pra abrir conta em banco, mandar as informações pra bolsa, matricular filha na escola, conhecer o comércio local, enfim, tocar o barco da vida, né? A gente brinca aqui que, quando tivermos aprendido o suficiente sobre San Diego, vai estar na hora de voltar para Brasília!

Na América como os americanos

Aproveitamos a presença da minha mãe e as dicas da Tia Selih e Tia Hilse pra criarmos uma vida doméstica prática, viável com 2 crianças e marido doutorando, de modo a ainda ter tempo de brincar, descansar um pouco, passear e, quem sabe, fazer amigos e melhorar um pouco o inglês! Risos. Ficam as dicas que aprendemos por aqui, para donos/as de casa do século XXI!

Limpeza: fazemos um ciclo semanal: passar aspirador nos quartos (com carpete), limpar o chão do resto da casa e tirar o pó (tudo com lencinhos umedecidos apropriados – limpa bem e desinfeta! E depois é só jogar no lixo!), limpar os banheiros (também com wipes). Comprei um spray natural que é só espirrar e ele esteriliza os brinquedos do bebê. Minha faxina aqui é no capricho, já limpei altas sujeiras históricas! Ainda não chamamos a faxineira nenhuma vez!

Roupas: lava tudo na máquina, seca tudo na outra máquina e não precisa passar quase nada! Se você demorar e a roupa ficar um pouco amassada, coloca num cabide, pra tomar um vaporzinho no banheiro. Só lavei à mão as roupas de lã feitas pelas avós. E pela primeira vez, vou ter que passar duas camisas que demoramos muuuuito para pendurar! Também fazemos ciclos semanais: segunda – Pablo, terça – nós outros, quarta – extras (cozinha, chão, excessos de roupas), quinta e sexta – cama e banho. Aqui, os próprios detergentes tiram manchas das roupas, mas ainda compramos um tira-manchas especial que é fantástico!

Cozinha: compramos uma panela de pressão elétrica, então é só programar e ela faz o arroz e o feijão pra hora que quisermos, tem temporizador e não precisa vigiar! Estamos comendo legumes de saquinho alguns dias, e o produto de lavar saladas aqui só precisa deixar 30 segundos de molho! Fantástico!  Aí é só fazer a carne… Colocamos toda a louça na máquina, exceto as facas de corte.

Além disso, estamos ensinando a Tetê a ajudar na limpeza. Ela é doida com os wipes! Já tirou pó, limpou banheiros e o chão. Só de guardar é que ela não gosta muito, aí tem dias que minha casa fica bagunçada, mas normal em casas de crianças!

Bom, com isso, quero dizer pra vocês que estamos bem, sobrevivendo ao American way of life e ainda conseguindo passear e nos divertir. Isso porque o Dani é parceiraço, pega no batente forte e, sempre que pode, ele estuda em casa, então quando o bicho pega com as crianças, ele me ajuda!

Dia de Ação de Graças

This isn't just a turkey, As anyone can see. I made it with my hand, Which is part of me! It comes with lots of love Specially to say - I hope you have A very happy Thanksgiving Day! (feitos pela Tetê, na escola)

This isn’t just a turkey,
As anyone can see.
I made it with my hand,
Which is part of me!
It comes with lots of love
Specially to say –
I hope you have
A very happy Thanksgiving Day!
(feitos pela Tetê, na escola)

Neste thanksgiving, agradeço a Deus por todo o cuidado e todo o aprendizado até aqui! Como vocês podem ver, temos muito a agradecer! (aliás, gente, por que nós evangélicos comemoramos essa data no Brasil, mesmo? Presidente Dutra instituiu por quê, se é uma data em que os americanos comemoram que os peregrinos sobreviveram às dificuldades de colonização? E se comemora também a colheita, que no Brasil também não é nessa época!)

Bom, mas como estou nos Estados Unidos, vou comemorar a data e agradecer pelo Dani, porque estamos conseguindo superar esse turbilhão unidos; pela Maria Teresa e pelo Pablo, que são dois filhos lindos e amados; pela minha mãe, Selih, Roger e Hilse, que nos ajudaram na instalação por aqui; e porque temos visto a mão de Deus nas pequenas e grandes coisas.

Por do sol em Pacific Beach. Deus nos ama nos detalhes!

Por do sol em Pacific Beach. Deus nos ama nos detalhes!

Termino este post com a foto deste por do sol que vimos há dois dias, em Pacific Beach. Chegamos lá e havia densas nuvens, não seria possível ver por do sol nenhum! A Tetê orou e o “Pai do Céu” abriu as nuvens desse jeito rosa e fantástico! Junto com a Thais Perez, amiga dos tempos da igreja do Morumbi-SP, que só tinha este dia para ver o sol se por em San Diego!

Nos próximos posts, volto ao meu assunto favorito: as crianças!

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Pablo, mês 1: como levar um bebê e sua família para os Estados Unidos

Daí o Pablo nasceu e a gincana começou! Hehehehehe.

Já tínhamos visto com antecedência tudo o que era necessário pra viajar com um bebê pros Estados Unidos. Não foi exatamente como planejado, mas só posso dizer que Deus é bom!

A foto que valeu pro passaporte!

A foto que valeu pro passaporte!

O passaporte: este era o primeiro passo! Ou melhor, o segundo. Antes, foi preciso tirar a certidão de nascimento… No quarto dia de vida o Pablo já tinha certidão e foto 5×7 com fundo branco, mostrando as duas orelhas do bebê, de olhos abertos. Tipo missão impossível pra um recém nascido… No dia seguinte, fomos tirar o passaporte no Na Hora (equivale ao Poupa Tempo de SP!). Detalhe: o Na Hora fica na Rodoviária, o terminal de ônibus central de Brasília. O lugar mais sujo que você pode imaginar! Barulhento, totalmente insalubre, ainda mais pra um bebê recém nascido. Ele já tinha tomado as primeiras vacinas na véspera, mas nem tinha dado tempo de elas fazerem efeito!

Existe outro Na. Hora, em Taguatinga, que fica um pouco longe da nossa casa. Mas minha intenção era ir lá, porque, sendo dentro de um shopping, talvez fosse um ambiente um pouco mais limpinho do que o terminal de ônibus… Só que o lugar fez o favor de sofrer um incêndio 15 dias antes do meu parto! Pra completar, todo mundo de Taguatinga foi transferido para ser atendido na Rodoviária…

Na certeza de que é Deus quem cuida e de que o nosso plano tinha a aprovação dEle, fomos com Pablinho pra Rodô.

A orientação, quando você tem pressa de tirar um passaporte, é de preencher a papelada e ir direto no Na Hora (ou no posto da Polícia Federal que faz passaporte onde você mora). Eles podem te fazer um passaporte de emergência (à mão), de urgência (vem da casa da Moeda via Sedex) ou normal (vem no malote, demora cerca de 8 dias úteis).

O supervisor que decide qual seria o nosso caso estava em reunião e pediu para um dos policiais decidir. Contamos o nosso caso pra ele, e ele decidiu que poderíamos ser atendidos, mas seria um passaporte normal. Explicamos que ainda precisaríamos fazer um visto americano mais burocrático que o normal (explico pra vocês abaixo), que eu tava recém operada, que era caso de compromisso no exterior, que o bebê tina 5 dias… E nada. O máximo que ele falou foi: “volta amanhã se quiser ser atendida por outra pessoa. Hoje tá muito cheio”.

Nem pensar, voltar amanhã com meu bebê! O cara ainda sugeriu que eu chegasse às 7h! Impossível pra uma recém parida com outra filha pra levar na escola! O cara não teve nenhuma sensibilidade, acho que ele nunca conviveu com um bebê de perto, não sabe o trabalho que dá!

Mas pelo menos ele nos atendeu. Ficou achando que o passaporte era pro meu marido. Perguntou quantos ANOS o Pablo tinha. Parece doido. Ou não ouviu nada do que eu falei…

Mas beleza, 6 dias depois tínhamos o passaporte em mãos pra tirar o visto americano.

O visto

Meu marido tem visto de estudante (J-1) e eu e as crianças, de acompanhantes. Desde o princípio, sempre informamos que o Pablo iria nascer. Mas, um mês antes, vimos que na documentação para visto entidade que deu a bolsa pra ele só constavam 2 dependentes. Quando tivéssemos o passaporte, teria que fazer outra carta e só aí tirar o meu visto e o das crianças.

Quando entregamos o número do passaporte do Pablo, depois de uns 12 dias de nascido, soubemos que a nova carta para o visto teria que vir de Washington. E como o visto do Dani dizia que ele tinha 2 dependentes e estava vinculado à tal carta, ele teria que trocar também… Quer dizer, ele até podia entrar nos Estados Unidos com o visto que ele tinha, mas isso sigmificaria ir sem a gente, e depois poderia demorar pra gente conseguir ir… Nossa opção foi ir todo mundo junto.

Nossa entrevista tava marcada pra uma semana e meia antes da viagem. Mas a carta não chegou e a cônsul americana não aceitou cópia da carta, só original. O problema é que essas entrevistas só acontecem ás terças-feiras. E viajaríamos na outra quarta.

O que não tem solução solucionado está! A cônsul se comprometeu a nos entregar o visto na quarta, a tempo de viajarmos. Como sabíamos que viajar com crianças é uma complicação só, adiamos nosso voo em um dia (obrigado, TAM, que mudou o nosso voo em 15 minutos e, com isso, pudemos fazer essa alteração sem gastos! Obrigada, Deus, por mais essa!).

Fomos lá, fazer entrevista. E a entrevistadora do consulado pediu uns documentos que não estavam no script (certidão de casamento nossa e de nascimento das crianças — fica a dica! Leve todos os documentos imagináveis pra uma entrevista de visto americano!).

Corre pra casa, escaneia os documentos e manda por e-mail? Não! Acabou a luz! Faz isso tudo do seu celular, então! Antes que acabe a bateria! E reza, porque ninguém te diz se deve rolar ou não.

E assim, o visto chegou às nossas mãos na quarta-feira, uma hora antes do voo previsto inicialmente. Ou seja, uma hora depois do nosso check in. Ou seja, ainda bem que já tínhamos trocado a passagem.

E em meio a tudo isso…

* foi o primeiro mês do Pablo, com direito a duas consultas no pediatra, vacinas e afins… E crescendo loucamente! Em um mês, perdeu as roupas RN e as P! Graças a Deus o Pablo é bem tranquilo desde que nasceu, dorme bastante, mama rápido, fica bem no berço, no sling, não faz tanta questão de colo ( sim, na minha visão, isso é coisa do bebê… Porque fiz as mesmas coisas com meus dois filhos e algumas funcionam mais com o Pablo que com a Teresa, e vice versa).

Nosso recém-nascido!

Nosso recém-nascido!

Com uns 20 dias de vida, ele começou a ter cólicas por causa do meu consumo de lactose, então tive que cortar tudo, mas não chegou a durar um mês! Com um mês e meio de vida dele, já tinha passado, só continuei evitando cafeína em excesso.

* recebemos mais de 60 visitas que vieram dar carinho pra nós, especialmente pra Tetê, que morre de saudades de todos vocês. Foi muito importante ser abraçados por vocês! Toda presença e toda ajuda foram muito bem vindas! E pra quem não conheceu o Pablo ainda, novas oportunidades virão…

* apresentamos o Pablinho na igreja, com 20 dias, e nos despedimos dos amigos de lá…

Abençoado!

Abençoado!

* Tivemos 8 hóspedes (nossa família, que tanto nos ajudou! Super obrigada pra minha mãe e pros meus sogros que seguraram a onda e inclusive o serviço doméstico, porque…)

* nossa ajudante estava com pedras nos rins e ficou praticamente um mês sem trabalhar. Mas quando voltou, segurou o rojão forte, porque…

* durante a nossa ausência, tá rolando uma obra no nosso apartamento, então tivemos que deixar TUDO da casa devidamente empacotado (menos a cozinha! Ufa!)

Tetê e as malas que não fecham! Olhem a de trás! risos

Tetê e as malas que não fecham! Olhem a de trás! risos

* Preparamos as malas: no total, foram 9 volumes! Comecei a fazer as malas com 15 dias de antecedência, e foi ótimo! Eram muitas coisas pra pensar ao mesmo tempo!

* Meu marido se qualificou no doutorado. Ele tinha entregado a qualificação pra banca na véspera do parto! Mas ainda era necessário fazer a apresentação, ensaiar (adivinha quem deu os pitacos no ensaio? Eu!), mudar tudo, comprar uns quitutes… Ainda bem que nossa amiga Bianca estava por lá pra arrumar as comidas bem bonitas…

A apresentação do Dani foi ótima, ele mandou super bem, foi elogiado pela banca…

Eu fui com o Pablo e falei pra ele assim: “filho, se os professores começarem a maltratar o papai, você faz aquele seu barulhinho de coçar a garganta pra eles darem uma aliviada! Foi só o primeiro professor da banca começar a falar que o Pablo começou a coçar a garganta! “não, filho, tá tudo bem, ele tá ajudando o papai!” Conclusão, assisti mais ou menos à banca… Rs.

Avós Neves dando uma força!

Avós Neves dando uma força!

* A minha irmã, que felizmente não pariu no mesmo dia que eu, estava gravidíssima, querendo um parto normal, esperando ansiosamente pela chegada do primeiro filho dela, meu primeiro sobrinho de sangue. Lá em São Paulo. E minha mãe queria estar no parto, mas aí mesmo tempo queria ficar com a Tetê um pouco, ajudá-la a passar por tudo isso. E meus sogros precisavam vir pra Brasília nos ajudar. Finalmente decidimos que, quando Pablo completasse uma semana e minha irmã já estivesse com 38 de gestação, era hora de minha mãe ir embora é meus sogros virem pra Brasília.

Avós Hora dando outra força!

Avós Hora dando outra força!

No dia planejado, meus sogros chegariam no almoço e minha mãe iria embora no final da tarde. Aí minha mãe foi buscar meus sogros no aeroporto. Enquanto isso, minha irmã me liga e diz que acha que está em trabalho de parto. Minha mãe queria muito estar no hospital quando o Timoteo nascesse, porque no parto da Tetê não deu tempo de ela chegar e no do Pablo, ela tava com a Teresa. Minha irmã ainda não tinha certeza de que era o momento, mas estava com contrações ritmadas, intervalo de 10 minutos. Eu achei melhor contar logo, porque precisávamos ter tempo hábil pra adiantar as passagens e etc… Adiantamos o voo da minha mãe numa operação emocionante! Acabamos conseguindo um voo ainda mais barato que o previsto inicialmente, minha mãe chegou 3 horas mais cedo em São Paulo, mas… O trabalho de parto parou.

* O meu sobrinho Tintim nasceu mais de uma semana depois, de parto normal com ocitocina igual ao meu, narrado a cada no máximo meia hora pelo meu cunhado e minha mãe, uma emoção só! Muita alegria pensar a amizade forte que ele e o Pablo podem ter! Ah! E eles são um pouco parecidos, então isso quer dizer que o sobrinhinho deve ser parecido comigo também! Hihihi. Ah, sim. Importante dizer: minha mãe estava no hospital!

Oi, eu sou o Timoteo. Minha tia Lidia acha que eu sou a cara do Pablo!

Oi, eu sou o Timoteo. Minha tia Lidia acha que eu sou a cara do Pablo!

* a Tetê levou uma vida normal até a véspera da viagem. O que inclui ir pra escola todo dia (ela só quis dois dias de “férias” quando o Pablo nasceu), participar da mostra de artes da escola, fazer ballet, brincar com os amigos do prédio, ir à igreja, tentar convencê-la de ir pra cama antes das 23h…

Tetê e professora Dani na mostra de Artes, com o trabalho ao fundo

Tetê e professora Dani na mostra de Artes, com o trabalho ao fundo

Não sei se vocês se lembram, minha filha é ansiosa… Então eu e o Dani decidimos incentivá-la a falar inglês que nem a Dora Aventureira e o papai, com antecedência, e só. As professoras dela da escola sabiam desde junho que nós iríamos viajar em setembro, e com pouco mais de uma semana de antecedência, todos nós começamos a falar com mais intensidade sobre a nossa casa nova, que teríamos que pegar avião…

* Aí, no último dia de escola, levamos o Pablo para conhecer os amigos da Tetê na escola. Desde que ele nasceu, a Teresoca convidava diariamentes os amiguinhos e seus pais para irem lá em casa conhecero Pablo. E como na escola eles tiveram um projeto “estou crescendo”, casou bem a visita do primeiro de três irmãozinhos que nasceu.

Catarina, Dani com Pablo no colo, Tetê com Robertinha no colo (a boneca!) e Isadora. As grandes amigas!

Catarina, Dani com Pablo no colo, Tetê com Robertinha no colo (a boneca!) e Isadora. As grandes amigas!

Assim, com um mês de vida, o Pablo passeou no colo de todos os amigos da irmã e matou a criançada de amores. Aproveitamos e cantamos parabéns pra Tetê, que completaria 3 anos dentro de 5 dias. Foi o ano das 4 festas de aniversário (chá e parabéns em SP, depois em Brasília, depois na escola, depois em San Diego, na data…). Conclusão: Tetê jura que tem 4 anos!

* Além de tudo isso , como qualquer mulher recém parida, eu precisava descansar, dormir, me cuidar, ir ao médico… Considerando que nosso plano de saúde nos Estados Unidos não cobre pós parto (para cobrir, sairia 10 vezes mais caro. E o Obama Care estava praticamente para entrar em vigor, agora já tenho cobertura… Mas não pretendo precisar!). De novo, obrigada Deus pelo parto normal!

* Tínhamos ainda que contratar convênio médico pra mim e pras crianças nos Estados Unidos, alugar apartamento, comprar dólares, tentar ver carro, fazer contato com a universidade… Tivemos a super ajuda da família da Clara (Selih, Roger e Hilse), que facilitaram muito a nossa chegada em San Diego!

* e ainda fechar ciclos no Brasil: Suspender convênio, telefone, escola, contrato com a empregada, vender algumas coisas, e ainda emprestar carro, apartamento, plantas… Graças a Deus temos amigos presentes em todas essas áreas…

Somos muito gratos porque nossos pais puderam nos ajudar durante esse mês; porque a Flavia ficou conosco até depois de irmos embora, arrumando tudo pra reforma; e pela ajuda que recebemos em San Diego. Temos plena consciência de que, sem vocês, toda essa aventura não teria sido possível!

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